Estudo crítico da novela "A fuga para o Egipto" (1987), de Mário Cláudio, a partir das perspectivas conceituais do barroco pensadas por Boaventura S. Santos, para quem o caráter aberto e inacabado do barroco revela o mundo em movimento e permite a proliferação da autoria e da criatividade das margens e das periferias, enquanto metáfora cultural para designar uma forma de subjetividade e de sociabilidade. A estética barroca, devido à sua excentricidade e exagero, possibilita que o próprio centro se reproduza como se ele mesmo fosse margem, apontando para o enfraquecimento do centro epistêmico e constituindo um campo privilegiado para o desenvolvimento de uma imaginação centrífuga, subversiva e blasfêmia. A estrutura labiríntica da novela de Mário Cláudio configura uma rede de dobras e redobras já inscritas na desdobra efetuada pela pintura de Tiepolo à dobra inscrita no texto bíblico, revelando a hermética travessia pela estética barroca.
Mário Cláudio e a hermética travessia pelo barroco, em A fuga para o Egipto
Maria Aparecida Fontes
2023
Abstract
Estudo crítico da novela "A fuga para o Egipto" (1987), de Mário Cláudio, a partir das perspectivas conceituais do barroco pensadas por Boaventura S. Santos, para quem o caráter aberto e inacabado do barroco revela o mundo em movimento e permite a proliferação da autoria e da criatividade das margens e das periferias, enquanto metáfora cultural para designar uma forma de subjetividade e de sociabilidade. A estética barroca, devido à sua excentricidade e exagero, possibilita que o próprio centro se reproduza como se ele mesmo fosse margem, apontando para o enfraquecimento do centro epistêmico e constituindo um campo privilegiado para o desenvolvimento de uma imaginação centrífuga, subversiva e blasfêmia. A estrutura labiríntica da novela de Mário Cláudio configura uma rede de dobras e redobras já inscritas na desdobra efetuada pela pintura de Tiepolo à dobra inscrita no texto bíblico, revelando a hermética travessia pela estética barroca.Pubblicazioni consigliate
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