A escritora e poetisa Adélia Prado retoma arqueologicamente na sua obra a construção do "dispositivo" teológico que opõe “natureza/nudez” à “graça divina/veste”, não apenas para compreendê-lo e neutralizá-lo, mas para deixar “aflorar” a beleza e a poesia dos corpos nus. Corpo inscrito, enquanto carne e pele, que se quer isento da negatividade do pensamento, sobretudo religioso. O estudo propõe uma reflexão acerca do modo como Adélia Prado, através da poesia, expõe e descontrói o pensamento teológico, que orientou a formação do inconsciente coletivo e sustentou as doutrinas que serviram (e ainda servem) de mecanismo de controle, inclusive, da mulher, colaborando, nos anos 1980, não só para a construção de uma crítica feminista, mas para a dimensão erótica e mística do feminino, numa sorte de libertação do corpo e exaltação da carne.
O corpo não tem desvão, só inocência e beleza: algumas anotações sobre nudez e erotismo em Adélia Prado
Maria Aparecida Fontes
2023
Abstract
A escritora e poetisa Adélia Prado retoma arqueologicamente na sua obra a construção do "dispositivo" teológico que opõe “natureza/nudez” à “graça divina/veste”, não apenas para compreendê-lo e neutralizá-lo, mas para deixar “aflorar” a beleza e a poesia dos corpos nus. Corpo inscrito, enquanto carne e pele, que se quer isento da negatividade do pensamento, sobretudo religioso. O estudo propõe uma reflexão acerca do modo como Adélia Prado, através da poesia, expõe e descontrói o pensamento teológico, que orientou a formação do inconsciente coletivo e sustentou as doutrinas que serviram (e ainda servem) de mecanismo de controle, inclusive, da mulher, colaborando, nos anos 1980, não só para a construção de uma crítica feminista, mas para a dimensão erótica e mística do feminino, numa sorte de libertação do corpo e exaltação da carne.Pubblicazioni consigliate
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